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O fabuloso discurso de John Roberts à turma de formandos

John Roberts é ministro e presidente da Suprema Corte dos EUA. Em 2017 ele fez um discurso na cerimônia de formatura dos alunos da Cardigan Mountain School, em New Hampshire.

Encarregado, como paraninfo, de apontar o futuro para os alunos que estão prontos para enfrentar uma nova etapa em suas vidas, o ministro surpreendeu ao desejar aos formandos que fossem vítimas de má sorte, injustiça, dificuldades, traição e dor, entre outros infortúnios.

Mas o discurso do ministro, que em parte teve um tom bem-humorado, não criou mal-estar. Ao contrário, ele transmitiu bem sua mensagem aos jovens ali presentes.

Eis alguns trechos do discurso (os negritos são meus):

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“Graças aos sacrifícios de seus pais, vocês chegaram a esse ponto. Assim, eu espero que vocês se levantem agora, se virem para trás (onde estavam os pais) e os aplaudam.” Ao fim dos aplausos, ele disse: “Agora, se alguém me perguntar como foi meu discurso na Cardigan, posso dizer que ele foi interrompido por aplausos”.

“Vocês chegaram à escola tímidos e com um pouco de medo. Mas, graças aos amigos que, agora, vocês chamam de irmãos, vocês não tiveram medo de falhar. E, se você falhou, você se levantou e tentou de novo. E se falhou mais uma vez, você se levantou e tentou mais uma vez. E, se você falhou outra vez, provavelmente está na hora de pensar em alguma outra coisa para fazer.

Eu espero que, de vez em quando, nos próximos anos, você seja tratado injustamente, para que você venha a entender o valor da justiça.

Eu espero que você sofra traição, porque isso vai lhe ensinar a importância da lealdade.

Desculpe-me dizer isso, mas eu espero que você sofra solidão, para aprender a não tratar os amigos como se tê-los fosse um fato consumado.

Eu desejo a você má sorte, também de quando em quando, para que você se conscientize do papel das oportunidades e entenda que seu sucesso não é totalmente merecido e que a falha de outros também não é totalmente merecida.

E, quando você perder, como vai acontecer de vez em quando, espero que, uma vez ou outra, seu oponente irá se regozijar com sua derrota. É uma maneira de você entender a importância do espírito esportivo.

Eu espero que você seja ignorado, para entender a importância de ouvir os outros.

E espero que você sofra uma certa dose de dor, para aprender compaixão.

Se eu desejo essas coisas ou não, elas vão acontecer. E se você vai se beneficiar delas ou não, isso vai depender de sua capacidade de ver as mensagens de seus infortúnios.

Paraninfos devem dar conselhos e dicas aos formandos. O conselho mais comum é o ‘seja você mesmo’. É um pouco estranho dar esse conselho a alunos que se vestem igualzinho, em uniformes. Mas seja você mesmo.

Porém, você tem de entender o que isso significa. A não ser que você seja perfeito, isso não significa que você não deva mudar. Em um certo sentido, você não deve ser você mesmo. Você deve tentar se tornar alguém melhor. As pessoas dizem ‘seja você mesmo’ porque elas querem que você resista ao impulso de se conformar ao que os outros querem que você seja. Mas você não pode ser você mesmo, se você não souber quem você é. E você não pode saber quem você é, se não pensar sobre isso.

Sei que vocês são bons garotos. Mas também são pessoas privilegiadas [por poderem estudar na Cardigan Mountain School]. (…) Você é um privilegiado por ter frequentado essa escola, mas meu conselho é: não aja como um privilegiado.

Quando você estiver na nova escola, apresente-se a pessoa que está rastelando as folhas, removendo a neve ou recolhendo o lixo. Aprenda o nome dessas pessoas e as chame pelo nome durante todo seu tempo na escola.

Quando você passa por pessoas que não reconhece ao andar, sorria, olhe-as nos olhos e as cumprimente. A pior coisa que pode acontecer é que você fique conhecido como o garoto que sorri e cumprimenta as pessoas. E isso não é tão mal assim.

Vocês frequentaram uma escola que só tinha garotos. Agora vocês irão para escolas que também têm garotas. Não tenho nenhum conselho a dar sobre isso”.

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Descobri esse discurso por acaso, quando um trecho foi compartilhado via WhatsApp. Fui atrás do discurso todo, que é simplesmente genial.

Me lembrou o trecho de Mar Sem Fim que o Amyr Klink lê no documentário homônimo e se emociona: Um homem precisa viajar.

O discurso integral, em inglês, está aqui.

O vídeo, em inglês, está aqui.

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SOBRE O AUTOR

Rafael Rez

Autor do livro “Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI”, publicado pela DVS Editora. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013. Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica, já atendeu mais de 1.000 clientes em 20 anos de carreira. Co-fundador da startup GoMarketing.cloud. Fundou seu primeiro negócio em 2002, de onde saiu no final de 2010. Foi sócio de outros negócios desde então, mantendo sempre como atividade principal a direção geral da Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor em diversas instituições: HSM Educação, ILADEC, Cambury, ESAMC,ALFA, ESPM, INSPER. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

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