Em todo o mundo, profissionais preocupados com a qualidade da experiência do usuário estão se reunindo e debatendo formas de melhorar a muitas maneiras como as pessoas interagem com interfaces – e não só as interfaces computacionais e sistemas de informação.
Estou lendo o Parodoxo da Escolha do Barry Schwartz, um livro excelente que reflete sobre o excesso de escolhas a que somos submetidos em praticamente todas as áreas da vida.
O Boxes and Arrows fez uma entrevista com o Barry Schwartz, e destacou uma frase que me chamou muito a atenção.
Acredito que seja uma reflexão bastante útil não só para profissionais de Usabilidade e Arquitetura da Informação, mas para qualquer pessoa que se sinta um tanto oprimida pelos excessos da vida contemporânea – excesso de consumo, excesso de informação, excesso de escolhas…
O Barry tem um ponto de vista bem interessante. Nós – a sociedade organizada de uma forma geral – já desenvolvemos as mais variadas formas de levar informação até as pessoas. Do ponto de vista de um psicólogo, ele considera que este seja um problema já superado pela humanidade. Não que não possam ser inventadas outras inúmeras formas de transmitir informação, mas de certa forma já temos até mais do que o meramente suficiente.
Será que estamos dando às pessoas a chance de filtrar quais informações são úteis para elas?
Este problema não diz respeito somente à uma única área de conhecimento, como a Usabilidade. Por sua natureza sociológica, é um problema tão extenso que atinge quase toda a sociedade alfabetizada.
Esse filtro informacional que o Barry Schwartz comenta passa por vários aspectos psicológicos, sociais e inclusive tecnológicos, mas nunca se limitará a somente um dos aspectos. Uma das principais formas de filtrar informações, aliás, é educar as pessoas para que saibam como lidar com tantas possibilidades e sobreviver à isso com menor estresse, menos angústia e desta forma possam usar a informação e não só tê-la de passagem.
Essa é uma questão que me incomoda faz tempo. O Richard Saul Wurman foi muito feliz quando deu ao seu livro o título de Ansiedade de Informação, e olha que ele é Arquiteto, e não psicólogo como o Barry. A primeira vez que li uma entrevista do Saul Wurman foi na Veja, ainda na adolescência. Nunca mais esqueci esta expressão “ansiedade de informação”.
Por isso, neste 13 de novembro, penso que a usabilidade pode tratar cada vez mais de ajudar a tecnologia a prover filtros úteis para que as pessoas possam viver melhor.
É isso aí.
Tenha um bom Dia Mundial da Usabilidade!
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2 respostas
Rafael,
A Super Interessante de novembro tem uma matéria bem legal falando sobre os problemas de ansiedade que a sociedade tem sofrido no dia a dia.
Também fiz um post falando sobre a ansiedade de informação.
Abraços.