Um tweet do Bruno Torres ontem e algumas reações a ele me puseram a pensar nesse assunto novamente. Uma das boas reações foi um post da @renatatr, que vale a pena ler. Por várias vezes me vi explicando o que é SEO para clientes e vê-los fazer confusões naturais com outras áreas, por isso acho importante pensar no que é SEO e no que não é SEO.
Alguns profissionais de SEO defendem uma abordagem bastante direta, focada e eventualmente taxada de tecnicista: SEO é Otimizar um Site para Buscadores, ou seja, configurar, ampliar e melhorar os aspectos técnicos do site para que o buscador o entenda melhor, e ponto final.
Nesta abordagem, fala-se muito do lado técnico do SEO:
- HTML semântico bem escrito e estruturado de forma lógica, com códigos CSS, Javascript e jQuery em arquivos externos, deixando no HTML somente o conteúdo puro
- robots.txt formatado e escrito de maneira correta
- Geração de sitemaps.xml para sites grandes, ajudando os bots a acharem as páginas e as rastrearem
- Meta dados formatados corretamente e sem excessos (como meta keywords, praticamente inúteis atualmente)
- Uso de microformatos para dados estruturados, que permitem a geração de rich snippets nas SERP’s
Existem outros aspectos técnicos que merecem atenção, mas a lista já exemplifica bem o que chamei de “SEO técnico”.
Porém, como SEO não é uma disciplina isolada do mundo e interage com outras áreas, fala-se muito também do lado estratégico do SEO, que tangencia áreas como Usabilidade, Webwriting, Arquitetura da Informação, Marketing e dezenas de outras disciplinas cujos próprios limites não são totalmente exatos.
Um dos clássicos gráficos do Nathan Shedroff tentando classificar a área de Experiência do Usuário é um bom exemplo do quanto é difícil classificar uma área multisciplinar:
Em SEO acontece o mesmo problema. Ao mesmo tempo em que o conhecimento técnico é fundamental, a atuação integrada com áreas correlatas é substancialmente importante para ter sucesso.
No SEOcamp 2009 ouvi pela primeira vez alguém falar sobre CRO (Conversion Rate Optimization), quando o Kavinski deu a palestra do sábado. Desde então ouvi falar cada vez mais de CRO e integração de SEO com outras áreas. Nem é questão de afrescalhar a discussão e chamar isso de “tendência”, é uma coisa quase óbvia: você precisa saber o que fazer com os visitantes depois que ele chegam ao site!
Eu não vejo como escopo de SEO tratar de usabilidade, arquitetura da informação e webwriting, por outro não consigo mais ver arquitetura da informação e webwriting sem pensar em SEO. Até dá para imaginar SEO feito sem AI e webwriting, mas o contrário já é impossível para mim.
Da mesma forma, é impossível fazer SEO sem bons conhecimentos em WebAnalytics. Você não precisa dominar o G. Analytics como o @DiogenesPassos, mas sem análise de dados de tráfego SEO é quase… nada.
Então, voltemos ao problema original. O que é SEO e o que não é SEO?
SEO envolve todo o processo de uma busca:
Antes da busca: a tomada de decisão do usuário: o que buscar, qual buscador usar, qual palavra digitar.
A conversão na interface de busca: o momento de ouro do SEO. Posição do site no ranking e texto da snippet fazem toda a diferença.
Pós-clique: depois que o usuário acessa o site, as diversas formas de gerar uma conversão.
É no pós-clique que a maioria das confusões começa. SEO pode ajudar a melhorar até a usabilidade do site, mas não é seu escopo de trabalho. Já arquitetura de informação interfere no SEO, portanto é escopo de trabalho. Não que o SEO vá fazer a arquitetura do site, mas por vezes precisará alterá-la, ampliá-la e até mesmo canonizar páginas que precisam estar duplicadas.
É aí que mora o perigo: quando SEO e outras áreas interagem, mas uma não interfere na outra, a tendência é que não surjam problemas no processo de desenvolvimento e manutenção do projeto. Mas quando uma coisa interfere na outra, começam as discussões sobre o que é e o que não é escopo de cada área.
O que já é consenso é que o sucesso só é alcançado com interação positiva: bom design, boa arquitetura, bom conteúdo, boa navegação. Sem interação positiva, é bom se preparar para longas discussões sobre o que é SEO… de novo.
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3 respostas
Excelente post, Rafael!
Realmente, não há discussão de que SEO é multidisciplinar.
E, na minha opinião, não dá pra trabalhar SEO sem CRO! 😉
Abraços!
Às vezes eu costumo dizer que SEO simplesmente “não existe”. O Google é que nos ensina a fazer sites melhores para todos nós, e para eles também, a cada dia que se passa.
Atualmente, tudo influencia, ou tem potencial, para influenciar em SEO. Então, o foco deve ser trabalhar com isso no DNA…fingindo que isso não existisse. Pena que nem todos conseguem ter essa felicidade já que rola a burocracia, por isso a evangelização tem sido mais importante para os dias atuais. Estamos montando o mercado para uma próxima geração.
Mandou bem no artigo, cara! Parabéns! 😀
Mandou bem no artigo Rafael e o Pablo no comentário.
A definição que SEO não existe é muito boa, ter o conceito “nas veias” é o “certo”.
“Não que o SEO vá fazer a arquitetura do site, mas por vezes precisará alterá-la, ampliá-la e até mesmo canonizar páginas que precisam estar duplicadas.”
Mas se você pensar em um lado puramente técnico, mesmo essas alterações para nível de usabilidade (ou o que quer que seja) sem mínimas se você fizer somente pensando em seo.
Supostamente então não deveria existir o termo “Analista SEO” ou quaisquer variação porque como foi dito, não engloba somente isso. Seria algo como “O Mago que traz dinheiro através do site” ou sei lah ;D
Obs* Excelente Post